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Editorial - Um fim melancõlico
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Um fim melancõlico
Um fim melancõlico

EditorialEdição 65704/05/2016

O Dia do Trabalho (ou do trabalhador, como querem alguns), comemorado no último domingo, revelou a nudez da melancolia que cerca a presidente da República, seu governo e seu partido político, atingindo até mesmo sua maior liderança, o ex presidente, e quase ministro, Lula. Nunca antes na história desse país, como diria ele, desde que Getúlio Vargas criou a legislação trabalhista, um presidente esquivou-se de se dirigir aos trabalhadores por meio de cadeia de rádio e televisão no dia 1ª de Maio. Dilma, que já não o fizera no Natal e na última passagem de ano, por medo dos panelaços, fugiu das câmeras, e foi abrigar-se nos braços da CUT – Central Única dos Trabalhadores, única instituição, além do MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, da UNE – União Nacional dos Estudantes e outros menores, que ainda lhe dão apoio, mesmo porque seus líderes foram os grandes beneficiários dos governos petistas, além, claro, dos corruptos. Nem Lula compareceu ao ato da CUT, em cujo palanque Dilma discursou e anunciou um reajuste de 9% no Bolsa Família, um programa que, aliás, não se destina ao trabalhador (que, presume-se, teria um emprego e renda própria), mas a quem não tem qualquer espécie de renda e necessita da ajuda do Estado para sobreviver. Lula mandou dizer que estava “afônico”. Talvez, na verdade, também esteja procurando afastar sua figura da de uma presidente que já não governa mais nada. Até mesmo verba suplementar para propaganda institucional, que pretendia usar nos estertores de sua triste jornada política, o Supremo Tribunal Federal bloqueou. Não se sabe se a copeira do Palácio da Alvorada ainda lhe serve o cafézinho ou manda que ela vá pegar na cozinha, se quiser. Dilma Rousseff já se viu festejada, em 2010, como a primeira mulher chefe de governo republicano no Brasil, levada a essa condição pelas mãos e manobras de seu mentor. Como Benedita da Silva, que se dizia mulher, negra (o que é) e favelada (nem tanto), que se tornou ministra de Estado pelas mãos do mesmo mentor – e pouco depois teve de deixar o cargo diante do escândalo de haver usado dinheiro público para comparecer a um evento de sua Igreja na Argentina – e acabou se refugiando numa secretaria municipal até ser novamente eleita deputada (e do baixo clero), Dilma refugia-se nos braços de movimentos supostamente sociais, procurando a proteção desesperada dos seus líderes que, verdade seja dita, muito lhe devem porque muito, pessoalmente,  ganharam as custas dos governos petistas. 
Collor de Melo conta em seu livro que poucos leram, que, no dia em que foi expulso do Planalto pela instauração do processo de impeachment pela Câmara (na época, não houve o prévio exame de admissibilidade pelo Senado), o piloto do helicóptero que o levou para casa recusou-se a fazer um sobrevoo sobre uma escola que o governo estava construindo, alegando falta de combustível. “Nesse momento, tive a consciência de que perdi o poder e nunca mais retornaria”, escreveu Collor. Dilma também tem consciência de seu fim melancólico, quando, domingo, nem Lula quis mais estar ao seu lado no palanque da CUT.


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