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Editorial - Risco consciente
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Risco consciente
Risco consciente

EditorialEdição 69525/01/2017

Anos atrás centenas de moradores de um bairro de Niterói perderam suas casas e alguns a vida, quando um lixão que se formou numa encosta acima daquele bairro desabou. No caso, a culpa pode ser debitada às autoridades daquele município que permitiram e incentivaram.  No entanto, populações de bairros inteiros em diversas cidades brasileiras, sobretudo as maiores, correm constantes riscos de terem suas casas esmagadas por desabamentos de terras e pedras, ou mesmo desabarem as próprias construções, porque erigidas em encostas ou abaixo delas sem a mínima segurança, muitas das vezes em terrenos obtidos por invasões ou adquiridos de quem os invadiu, também sob o olhar complacente das autoridades. Nesses casos, quando ocorrem os acidentes – que, na verdade, são resultados de tragédias anunciadas – lamentam-se porque perderam tudo o que conseguiram na vida, e perderam, em grande parte por culpa própria. Qualquer pessoa com um mínimo de bom senso, sem necessidade de ser diplomado em geologia, pode perceber que sob o terreno onde pretende construir sua moradia, há uma encosta insegura que poderá vir abaixo a qualquer momento, ou que sobre a casa que construirá existe uma encosta sem qualquer amparo, que, com quase toda certeza um dia soterrará sua casa e, queira Deus, não também sua família. Contudo, insistem em tais construções sob a desculpa de que não têm outro lugar para construírem seu lar. Trata-se de um risco consciente. Ninguém pode alegar, quando a tragédia ocorre, que não sabia que aquela pedra enorme que se equilibrava a alguns metros acima de seu telhado, poderia, e certamente viria, um dia, a causar a tragédia que se anunciava. Nenhuma autoridade, por outro lado, pode também alegar ser pega de surpresa diante da tragédia, mesmo porque o poder estatal, mesmo da municipalidade, poderia, sim, evitá-la se o usasse, ainda que contrariando interesses políticos momentâneos, para impedir que ali se construísse, sobretudo se não tem condições de realizar, no local, as obras de infraestrutura em segurança que possam garantir um mínimo de tranquilidade aos cidadãos que ali construirão. 
A Defesa Civil de Itajubá aponta 30 áreas de risco na cidade para construções. Em todas essas áreas já existem comunidades instaladas. E ano após ano essas áreas somente aumentam. Esperamos que não tenhamos de noticiar, de novo, como tivemos de fazê-lo em 2015, que um secretário municipal, diante da tragédia consumada, mandara as vítimas, que sabiam do risco que corriam, procurar o Poder Judiciário porque a municipalidade não tinha condições de bancar seus prejuízos.


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