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Editorial: Rosemburgo Romano
Editorial: Rosemburgo Romano

EditorialEdição 81429/05/2019

O ano era 1971, auge do Regime Militar, que determinara eleições para um mandato tampão de apenas 1 ano, para os próximos prefeitos. Itajubá perdera, no ano anterior, 1970, um de seus mais adorados prefeitos, Luiz Carlos Tigre Maia, num acidente automobilístico de triste memória. Fora 1971 e o ano seguinte, também, um período duro para os trabalhadores itajubenses, com uma crise sem precedentes, capitaneada pelo encerramento ou redução, até finalmente fecharem suas portas, das atividades de empresas de grande porte (para Itajubá) como as indústrias têxteis (Codorna, Haddad, Faria – esta a última sobrevivente, vendida para a Oliveira Industrial). A crise de desemprego na cidade criara uma piada popular envolvendo até a Igreja Matriz da Soledade: quando a Paróquia resolveu restaurar e pintar sua fachada, naquele ano, a Igreja foi envolvida por andaimes, e o povo comentava que a crise era tão grande que até a Igreja Matriz os padres estavam encaixotando para mandar para São José dos Campos, principal destino dos itajubenses que corriam atrás de empregos. 
O jovem Rosemburgo Romano, juntamente com alguns colegas, liderara a criação da Faculdade de Medicina de Itajubá e o Hospital Escola. Filiara-se ao MDB, de líderes políticos de grande expressão como Sebastião Riêra e Jansen Pinto Nogueira, e concorreria às eleições de 1972 contra o candidato da ARENA, partido de apoio ao Regime Militar vigente. Elegeu-se e deu início a maior iniciativa pela reindustrialização da cidade de que se tinha conhecimento desde décadas, criando o Distrito Industrial sobre o antigo aeroclube – ou “campo de aviação”, como era conhecido – no hoje chamado bairro Santos Dumont. Trouxe a Standart Elétrica, a Cofap e uma indústria portuguesa, todas de primeira linha. A Standart não durou muito tempo, mas o Distrito Industrial cresceu vertiginosamente. 
O desenvolvimento voltou e, com ele, o emprego e o lógico consumo no comércio local. A força política de Aureliano Chaves, já governador de Minas nas eleições de 1976 e o grande respeito da população pelo seu candidato, professor Pedro Mendes dos Santos, levaram Rosemburgo a não conseguir fazer seu sucessor. Foi para a Câmara Federal, tornou-se Subsecretário de Saúde de Minas e conseguiu retornar ao Palácio 26 de Fevereiro, eleito prefeito em 1988, ocupando-o de 89 a 92. Político e administrador polêmico, mas de extrema competência nas duas vezes em que esteve à frente da gestão municipal, Rosemburgo deixou a atividade política nos últimos anos. Faleceu na semana passada, quinta-feira 23, aos 88 anos, legando a todos a imagem de um homem público como vários que Itajubá produziu, mas poucos no Brasil atual.

 


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