Eduardo falou sobre o protocolo assinado entre a empresa, Prefeitura Municipal, governo do Estado, Universidade Federal de Itajubá e outras intervenientes no lançamento da pedra fundamental da expansão da fábrica em março de 2010 que previa uma série de obrigações e intenções tanto por parte da empresa quanto pelo governo. “Quando nós lançamos a pedra fundamental dessa fábrica nova, um protocolo de intenções foi assinado com o governo do estado de Minas Gerais, com várias secretarias intervenientes, o protocolo tem também o município de Itajubá, a Universidade (Federal de Itajubá). E nesse protocolo tem uma série de ações de parte a parte. Algumas são intenções e outras são imposições que geraram desse documento”, disse Eduardo.
A construção de um aeroporto em Itajubá está entre as obrigações do governo do Estado, assim como os investimentos que deveriam ser feitos por parte da Helibras. “Aqui (no protocolo) fala que a Helibras tem que investir R$400 milhões na construção dessa fábrica, nós já investimos R$430 milhões, fala que a empresa deveria contratar 300 pessoas, nós já contratamos mais de 600 pessoas desde então e assim por diante. E tem um ponto específico em relação ao aeroporto, que diz que o Estado de Minas implantará um aeroporto na cidade de Itajubá, com toda estrutura diurna e noturna em local a ser definido”, declara o presidente da empresa.
Eduardo defende que um aeroporto na cidade é uma necessidade para a empresa. “Esse projeto é importante para nós porque estamos fazendo máquinas que vazias pesam mais de 5 toneladas e a gente precisa fazer ensaios com essas máquinas, a gente voa, faz ensaio de pouso corrido e não dá para fazer na nossa pista de grama, como a gente fazia com o esquilo, que é uma aeronave bem menor”, explica Eduardo que diz ainda que quando necessário, esses ensaios são feitos em outras cidades, como Pouso Alegre-MG ou São José dos Campos-SP, o que gera um custo muito alto.
De acordo com o presidente da Helibras, a empresa nunca se posicionou sobre localização do aeroporto e afirma que a Helibras precisa de um aeroporto na cidade, para que o Departamento de Ensaio e Vôo continue em Itajubá. “Precisamos de uma integração melhor, para que nossos técnicos, nossos engenheiros, nossas peças se movimentem e no ponto de vista de logística é importante você ter alternativas às estradas que cada vez mais estão complicadas”.
Quando questionado sobre a saída da empresa da cidade, Eduardo disse que “nós precisamos dessa estrutura para um determinado tipo de atividade que temos aqui, quem faz um investimento de R$430 milhões não vai mudar da noite para o dia. Esse tipo de decisão, para qualquer empresa, não só para Helibras, não é a decisão de um gestor que está hoje na cadeira. Agora, que nós temos que ter uma solução definitiva para esse tipo de atividade, e essa atividade, que uma atividade nobre na nossa empresa, poderá sair daqui? Sim. Todas as atividades de campo depois que a aeronave sai da linha de produção, os ensaios e aquilo que é uma tarefa das mais nobres dos sistemas da engenharia com a nave que sai voando, teria que ir para outro lugar, a fábrica não, temos mão de obra especializada, contratamos mais 600 pessoas, então não tem sentido nisso”, declara.
Eduardo disse ainda que tem confiança que o projeto vai andar e que o aeroporto será concluído, por esse motivo não levantou quantos empregos ou impostos deixarão de ser gerados em Itajubá caso o departamento de ensaios saia da cidade. “Não quero nem usar esse tipo de argumento porque não se trata de chantagem, aqui se trata de mostrar uma situação de uma empresa de tecnologia de ponta que está aqui há 33 anos e que acredita que esse projeto vai andar e vai continuar tudo caminhando desse jeito”, finaliza.
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