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Editorial 1145: O povo deu R$ 1 milhão para os heróis, e o governo quer dar para o ladrão

Há cerca de dois anos, acho, uma campanha lançada por um dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro arrecadou, em poucos dias, nada menos que R$ 19 milhões, valor mais que suficiente para que pagasse as multas que lhe foram impostas pelo ministro Alexandre de Morais e seus colegas no STF e no TSE. Provavelmente, ao longo do tempo, esse valor aumentou razoavelmente. Foram milhões de pequenos doadores, via Pix, entre alguns poucos e algumas dezenas ou centenas de reais, demonstrando o apreço pelo ex-presidente, e o desprezo por seus algozes, o que, sejamos francos, deixou esses últimos meio que, digamos, insatisfeitos.

Na semana passada, a operação policial no Rio de Janeiro, que elevou às nuvens os índices de aprovação do governo de Cláudio Castro naquele estado, e o projetou para todo o país, deixou 117 (como diremos para não ofender a “thcurma”??? Ah, sim) suspeitos de gostarem de uma cervejinha, neutralizados (também para não ofender a thcurma). Deixou, também, alguns policiais feridos e quatro mortos (aqui, como se trata da polícia, podemos usar essa expressão, não é mesmo?). Pois bem, depois de ficar calado por vários dias, e, quando resolveu falar, classificar a ação, aprovada pelo povo, como “matança”, numa entrevista, o atual ocupante da cadeira do Planalto e da cama com lençóis de fios de seda do Alvorada, disse estar pensando em conceder, com o nosso dinheiro, uma indenização às famílias das vítimas. Se alguém estiver pensando, aí, que se refere aos policiais, engana-se. As “vitimas” são os “meninos suspeitos”.

Imediatamente, o senador Flávio Bolsonaro lançou uma campanha a favor das famílias das verdadeiras vítimas, arrecadando, via Pix, nada menos que R$ 1 milhão, em 24 horas, que serão divididos (além do que foi e será arrecadado nos dias seguintes), entre as famílias dos policiais assassinados pelos “suspeitos” neutralizados ou seus amigos.

A raiva, ódio dos defensores da bandidagem, está no fato de que, as famílias daqueles policiais receberão, diretamente do povo carioca e brasileiro em geral, uma quantia muito maior do que receberão do Estado, ou que receberiam se os tais R$ 1 milhão (ou mais) fossem arrecadados por órgãos desse nosso Estado atual. E receberão imediatamente, sem ter que aguardar a burocracia que descontaria taxas, impostos e sabe Deus o que mais.

Voltando ao caso dos R$ 19 milhões (ou mais) de Bolsonaro, o fato aumentou o ódio de seus inimigos contra ele e o povo brasileiro, principalmente porque, quando o seu segundo maior opositor político, o sujeito da cama de R$ 100 mil (o primeiro, não podemos dizer sob pena de sermos processados), também teve que pagar caros advogados para defendê-lo, apesar de haver sido condenado em três instâncias, ninguém, ninguém mesmo, lhe deu Pix de um tostão. Também, não precisava: já haviam os recursos financeiros da OAS, Odebrech, Petrobrás...

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